terça-feira, 22 de março de 2016
KEPLER
KEPLER WEBER/COLAS: DESCONFIANÇA EM AMBIENTE ECONÔMICO GEROU EFEITOS PERVERSOS PARA SETOR
São Paulo, 22/03/2016 - O vice-presidente da Kepler Weber, líder em produtos para armazenagem no Brasil e na América Latina, Olivier Colas, afirmou há que a desconfiança no ambiente econômico verificada em 2015, a queda dos preços das commodities agrícolas no mercado internacional, a paralisia no ambiente político do País e as oscilações de câmbio, prejudicaram o setor de armazenagem. "A desconfiança no ambiente econômico gerou vários efeitos perversos para setor, como a trava total no financiamento, bancos cada vez mais cautelosos na concessão de crédito e alongamento no prazo de análise e de liberação dos recursos para faturar pedidos", afirmou Colas durante teleconferência com analistas sobre os resultados da companhia no quarto trimestre de 2015 e no acumulado do ano passado.
Até a metade de 2015, o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) do governo federal ainda vinha liberando recursos que integravam o montante de R$ 3,5 bilhões anunciados para a safra 2014/15, o que mantinha o ritmo de pedidos da companhia, segundo Colas. Entretanto, os prazos para liberação de recursos aumentaram, como reflexo da maior aversão do setor bancário ao risco, continuou o executivo. "Para a Kepler foi complicado, a carteira de pedidos crescia, mas não conseguíamos faturar porque os recursos não entravam na hora certa", declarou o vice-presidente da empresa.
Em paralelo, a companhia se viu obrigada a manter seu quadro de funcionários para dar conta da execução dos pedidos a partir do momento em que fossem faturados, o que levou à ociosidade durante alguns meses.
A partir do segundo semestre, com o anúncio de que o PCA tinha sido reduzido para R$ 2 bilhões, a empresa viu o número de pedidos cair de forma expressiva. Em dezembro de 2015, a carteira de pedidos havia caído para R$ 160,4 milhões, ante R$ 225,5 mi em dezembro de 2014. O negócio de armazenagem para grãos foi o mais afetado, com queda de 35% no volume de vendas em 2015 na comparação com 2014. As exportações também caíram, 14%, enquanto as vendas vinculadas a projetos de movimentação de granéis aumentaram 55% e os associados à área de peças e serviços, 44%.
Além disso, a companhia ainda carregou para 2015 custos de montagem de equipamentos atrelados a negócios fechados em 2014. Ao fim do ano passado, de acordo com Colas, foi necessário redimensionar o quadro de funcionários. De 2.450 empregados em novembro de 2014, a empresa passou a contar com pouco mais de 1.400 no fim de 2015 - mais de 1 mil demissões.KEPLER/COLAS: NÍVEL DE NEGÓCIOS EM ARMAZENAGEM É TOTALMENTE INCOMPATÍVEL COM TAMANHO DA SAFRA
São Paulo, 22/03/2016 - O atual nível de negócios em armazenagem é totalmente incompatível com o tamanho da safra brasileira de grãos, avaliou nesta manhã o vice-presidente da Kepler Weber, Olivier Colas, durante teleconferência com analistas sobre os resultados da companhia no quarto trimestre de 2015 e no acumulado do ano passado.
Colas lembrou que entre 2012 e 2014 o mercado de armazenagem de grãos mais que duplicou, sustentado essencialmente por estímulos do governo federal que previa, por meio do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), R$ 5 bilhões anuais para financiamento de aquisição de silos a taxas subsidiadas, assim como o financiamento das obras civis necessárias à instalação dos silos.
Com a redução dos recursos entre os ciclos 2014/15 e 2015/16, de R$ 3,5 bilhões para R$ 2 bilhões, o setor viveu uma "freada brutal", disse Colas. "A safra 2015/16 é muito maior que a de 2011/2012, mas a demanda por silos diminuiu. No entanto, com a baixa dos preços das commodities, o Custo Brasil aparece com mais intensidade. Ou a gente ataca isso ou a cadeia agrícola vai perder competitividade no mercado externo", declarou o executivo.
Ainda que os recursos com juros subsidiados tenham caído, o vice-presidente da Kepler observou que há setores do agronegócio que têm investido em armazenagem com seus próprios recursos. Se em 2013 83% do faturamento da companhia era atrelado a financiamentos do PCA, o porcentual caiu para 75% em 2014, 65% em 2015 e continua diminuindo neste início de 2016.
"(Até o momento) 54% dos pedidos feitos em 2016 serão financiados com recursos próprios dos produtores", afirmou Colas. É um porcentual "muito alto", complementou o executivo, acrescentando que níveis semelhantes só tinham sido vistos em 2011 e ainda eram mais baixos, com 41% das vendas feitas com aportes dos próprios agricultores.
Para compensar a queda nas vendas internas de silos, a companhia pretende continuar a diversificação de suas atividades. Uma das formas será ampliando as vendas no segmento de peças e serviços. A proposta, contudo, não é simplesmente crescer nas vendas avulsas.
Colas explicou que empresa vai fazer um trabalho ativo com proprietários de ao menos 4 mil unidades de armazenagem no País para oferecer serviços de automação e novos equipamentos. "É uma tendência de longo prazo investir cada vez mais nesta área", disse.
O fornecimento de equipamentos para a movimentação de granéis em terminais portuários é outra frente de diversificação de negócios da Kepler Weber. A empresa já fornece transportadores horizontais e esteiras para estes projetos, mas algumas estruturas metálicas, que respondem por 50% dos investimentos nestas obras, ainda não são produzidas pela companhia - que adquire de terceiros estas estruturas.
"Estamos avaliando se vamos entrar neste ramo e verticalizar todo o processo para o cliente. O avanço no segmento de movimentação de granéis depende do reforço na capacidade produtiva de equipamentos que ainda não produzimos", declarou Colas.
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